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Vida, essa chata...

Publicado em

01/07/2015

Burocracia, trânsito, gente implicante, reunião de condomínio, chefe cri-cri, sala de espera... É possível passar por tudo isso sem tanta irritação e mal-estar....

Pode apostar: você não tem a menor ideia de qual é o nosso maior problema ao enfrentar as chatices que o destino coloca no nosso caminho. Juro, não sabe, como eu não sabia, porque se soubesse não teria o menor interesse em ler esse texto. É algo óbvio, tão simples, que talvez você nunca tenha pensado nisso. A resposta a essa questão, na verdade, é a grande chave para matar a charada. E, graças a Deus, você não vai precisar chegar ao último parágrafo desse texto para entender porque temos tanto horror do que desafia nossa paciência e tolerância. Vou entregar o segredinho agora, logo de cara.

Existe um motivo básico e onipresente toda vez que algo nos tira do sério. Em geral, temos faniquitos diante das chatices porque secretamente achamos que o mundo deve se curvar (se possível, imediatamente) aos nossos desejos. Então, quando ele não se inclina diante dos nossos caprichos, certamente por causa de um impertinente insuportável, a gente fica fora de si. As emoções negativas sobem como um vulcão. E talvez nosso desejo mais íntimo passe a ser torcer o pescoço daquele implicante inveterado.

Essa reação acontece porque falta-nos uma informação básica em nossa educação emocional: a de que chatos e chatices sempre farão parte da nossa estadia neste mundo. É o preço que pagamos pelos seus mares azuis, seu clima ameno, suas verdejantes florestas e os momentos inefáveis de amor que podemos viver. Assim como as algas flutuando na água dos oceanos, as chatices são inerentes à nossa existência. Vêm no pacote. E não dá para brigar feito um louco com esse pedágio planetário. A vida não vai se render aos seus caprichos e necessidades. Como uma rainha, ela desfilará altiva diante do seu nariz enquanto você ferve de ódio e raiva. Ela é indiferente ao que você acha ou não acha dela.

Essa reação acontece porque falta-nos uma informação básica em nossa educação emocional: a de que chatos e chatices sempre farão parte da nossa estadia neste mundo. É o preço que pagamos pelos seus mares azuis, seu clima ameno, suas verdejantes florestas e os momentos inefáveis de amor que podemos viver. Assim como as algas flutuando na água dos oceanos, as chatices são inerentes à nossa existência. Vêm no pacote. E não dá para brigar feito um louco com esse pedágio planetário. A vida não vai se render aos seus caprichos e necessidades. Como uma rainha, ela desfilará altiva diante do seu nariz enquanto você ferve de ódio e raiva. Ela é indiferente ao que você acha ou não acha dela.

Por isso, conforme-se. Não vai ter uma vaga eternamente esperando por nós, nem funcionários atentos e competentes para atender nossos mínimos desejos, o trânsito fluindo a qualquer momento e somente dias ensolarados e sem nuvens. Exigir esse mundo utópico onde todas as nossas necessidades sempre serão satisfeitas é uma perda incomensurável de tempo e energia. Então, relaxe. Aceite. A vida não é um mar de rosas. A existência não vai ceder aos nossos anseios. E ataques de ódio, estratégias de sedução ou estratagemas maquiavélicos não vão adiantar. Porque se o esperneio ou uma saída inteligente podem resolver um caso, ali na frente já vai ter outro que vai exigir ações diferentes. Querer manipular a vida dessa maneira é desgastante e inútil. Além de ser uma ilusão de controle, que fatalmente vai ser quebrada em algum momento, às vezes com muita dor.

Então, se quiser brigar com as chatices, escolha aquelas que valem a pena, se não quiser ser consumido por elas. “Reconhecer, do fundo do coração, e de uma vez por todas, que a vida não vai se comportar do jeito que a gente quer, e que temos de aprender a lidar com isso, traz um imenso alívio emocional. A partir dessa conclusão, não sofremos tanto com a realidade. E se formos interferir no que acontece, vai ser de outra forma, mais sábia e inteligente, pois com base nessa aceitação interna, estaremos mais calmos e centrados. E o resultado será mais eficaz”, diz a psicóloga paulista Irene Cardotti.

E aí vem o pulo do gato: a vida não pode mudar, mas você, sim. A única coisa real que pode aliviar o curso indiferente da chatice é a sua atitude diante dela. Ponto final.

Texto e imagem retirados da revista Vida Simples – Pela Psicóloga Irene Cardotti

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